1. |
Do Be
09:08
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Tanta coisa
se mostrou...
mas há tanto
que é só seu...e respeito,
por amor.
Pela dor
você se vai...(!)
Buscar o amor
que é longe, longe...
mas dentro de Deus.
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2. |
Moeda
02:40
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Vou repetir quando for necessário
Deixo as vanguardas pra todos vocês
Deixo na notas o medo do páreo
Vou começar a sentir outra vez
Meu jeito de amar e ver
Deixa correr o rio
Deixa moeda escolher
Vou refazer todo o meu calendário
Deixo as muralhas no rio a correr
Deixo nas notas do velho diário
Vou ponto a ponto bordar nova tez
Meu jeito de amar e ver
Deixa correr o rio
Deixa moeda escolher
Meu jeito de amar e ver
Deixa correr o rio
Deixa moeda escolher
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3. |
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Hoje eu acordei estranho!
Hoje eu acordei estranho...
Pelo estranho fato de existir!
Pelo simples fato de existir...
E eu não sei porque,
Meu Deus (!),
Sinto um dia inteiro em um minuto um dia acordei sambando!
Samba o corpo e alma o que é que diz?
- Olha, moço o dia mal andou. Ah, tampouco eu posso vislumbrar o que é que sente um dia...é turvo e largo,
então:
Iô e ba negoridoIô e ba negoridoioIô e ba negodiridoIô (...)
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4. |
Outro retrato
02:57
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Chega de esmola
Tô na sua cola sim
Sei o que eu mereço
Sei o que quero pra mim!
Quero minha mãe vivendo bem
Meu pai deixa pra lá
Bebe até cair no chão
Meu irmão já era
E o Zezé tá dando adeus
Eu já sou patrão
Pra cima de mim só tem Deus!
Eu só quero ver tu me dize
De algum lugar melhor
Já cansei de ser pião
Quase todo dia
Vou na padaria ali
Tomo uma braquinha
Dô pras morena um pózin
Eu só quero vê tu me pega
Já sei que eu vou morre
Mas é ruim de me levar
Esmola não, esmola não
Esmola não!
Esmola não, esmola não
Esmola não!
Mas tem dia assim...
Que eu pergunto a Deus:
“ – E minha mãe?!
Deus...e minha mãe?!
Deus...”
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5. |
Canto troncho
06:28
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Quem decide o que vai dar
na TV,
diz aí?
Quem daria a decisão
pra você,
no sofá?
Esse canto troncho não inventa o que você quer ver
Veta, na verdade, o meu impulso de enlouquecer
Ali parado, espantalho espantado
É perfeito nomear
o remoto control
como tal e assim deixar
com você,
um sofá...
Esse canto troncho não inventa o que você quer ser
Lembra, na verdade, o meu impulso de não me mover
Ali parado, espantalho espantado
Esse canto troncho não inventa o que você quer ser
Mostra, em verdade, nosso impulso de querer morrer,
alegre assim, como quem não se vê.
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6. |
Delírios
05:39
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Na porta do bar te encontro, menina louca demais
Levei um pedaço d’alma
Naquela caixa de lápis
Deixar em cada traço todos os delírios
Da mulher
De ninguém
Da mulher
De ninguém
Saí dali
Pra ver TV
Comer
E ler
Pra não lembrar de quem me mata
Junto ao Sol, junto ao mar,
Sem perceber
Será?!
Em qualquer lugar te encontro, menina linda
Eu desenho um mundo inteiro com aquela caixa de lápis
E deixo todos os delírios devastarem
Meu andar
Com ninguém
Meu andar
Com ninguém
Pensando bem,
Há muita gente, muita vida
Para amar outra mulher.
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7. |
Vivi
02:53
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Em ti, Vivi, inda não toquei com mãos que já sonhei
Sei que quem só come sonho morre amargo
Mancha de dor o mar da alma e tão covarde
Xinga o mundo e diz “eu sei que é sonho meu”.
Eu, senti, nesse meu lamento
Deus num vento lento trazer o amor disperso em todo som,
Pois foi do som que essa canção trouxe bom sono ao meu coração escandaloso
Com a mão no bolso viu passar voando um gozo amigo – ou amante.
“Deixa logo esse medo de ir lá dizer: ‘e aí, como vai, sei lá, mas vai pra ver
que que é que ela quer, vai!”
Mas, Vivi, inda não toquei com mãos que já sonhei
Sei que quem só come sonho morre amargo...
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8. |
essa não é
05:15
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Capa
Um biombo
entre o mundo
e o livro
essa não é pra mulher de ninguém, ninguém.
nem pra menina nenhuma dizer que estou apaixonado.
essa não é dedicada a ninguém, ninguém.
serve talvez pra soar em alguém que rime com meu jeito louco, sem respirar,
o amor em paz.
essa é pra praia deserta secar, sumir.
serve também pra calar um alguém que diz que tudo é louco.
essa é pro som balançar e lançar ânsia.
serve também ao Cobain que, sei lá, vai ver tá me escutando, rouco, sem respirar,
o amor em paz.
Pausa
Um biombo
entre o mundo
e o som
Homem
Um biombo
entre o som
e o sentido
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9. |
de Lá
08:13
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10. |
Alguma coisa acontecendo
07:01
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Um risco
nu
Célula, linha, libido dispersa no ato
Ziguezagueia, em febre, visão
Um enxame de vozes gorjeia
Uma trêmula luz balbucia um sinal: outro vão
cru
Súmula nova de velhas vertigens roçando a soleira dum limiar
Grãos, misturam-se nas mãos, a linha vira trama, a rama alia salto e rã
Tons, em súbita pulsão, espalham-se na tela constelando rã e grão
Conciliar uma espécie de razão local e alucinação
Considerar o movimento livre, flecha e ar: deixar o rumo ramificar
Sem prever onde chegar, meninos e maçãs viraram Ganges e leões
Há, num tombo do cinzel, um lance diferente, dados vão além das mãos
Ponto sem nó, o provisório se define fim, o gozo quer assim
Ponto final, esse desejo de conter em um indivisível rio sem fim
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11. |
Godot e o Grito
07:17
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Olho no céu protetor esperou radar
Enxergou Godot
Esperando aflito...
Olho no seu arrebol fez o Sol delirar
Enxergar Godot
Esperando aflito...
O grito na estrada parece que ninguém ouviu...
O som da enxurrada parece que ninguém ouviu...
Olho no céu esperando Godot chegar
Enxergou Godard
Suspirando grito...
Olho no seu arredor fez Godard delirar
Enxergar o mar
Num deserto aflito...
O grito na estrada perece mas ninguém ouviu...
O som da enxurrada perece mas ninguém ouviu...
O homem na estrada perece mas ninguém o viu...
O lobo na estrada carece do som da enxurrada que ninguém ouviu...
O grito do lobo na estrada padece...
A morte do som desse homem que não quer ouvir,
Quem vai ouvir?
A morte do som desse homem que nunca ouviu,
Quem vai ouvir?
Quem vai ouvir?
Quem?
Quem?
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Rafael Macedo Belo Horizonte, Brazil
Composer, arranger and pianist, Rafael and his group Pulando o Vitrô launched the albums Quase em Silêncio (Almost in
Silence). With the Rocinante record label, he launched microarquiteturas (microarchitectures) and Talvez uma dansa.
Rafael has performed with Hermeto Pascoal, UAKTI, Gabriel Grossi, Toninho Horta etc.
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